Hidrotubação: Uma luz no fim das trompas

Bem-vindos!

Hoje em dia, são muitas as clientes que se submetem a Fertilização in vitro (FIV), na certeza de se ter um filho. Porém, além de dispendioso, a taxa de sucesso deste procedimento gira em torno de 20%. 

Existem soluções alternativas, muito mais em conta, e naturais, que podem auxiliar o casal. 

Inseminação, fertilização, gravidez, são processos que dependem de muitas variáveis: um óvulo saudável, um espermatozoide saudável, um ambiente propício para o desenvolvimento do embrião. Não existe uma solução mágica, um bom procedimento passa pela analise de todas estas variáveis até se chegar a um procedimento mais eficaz.  A hidrotubação também deveria fazer parte deste caminho.

O leigo pode pensar que basta “desentupir” as trompas, mas não basta. Não é tão simples assim…

O tratamento faz uso de drogas que irão agir quimicamente, desobstruindo o tecido e promovendo a regeneração dos cílios….

Cílios ou epitélio ciliar

A parede do interior das trompas é revestida por cílios que são responsáveis pelo movimento do óvulo, e do ovo, no interior das trompas. SEM ELES, não adianta as trompas estarem “abertas”, pois a gravidez não acontece.

Cânulas especiais

Abaixo foto das cânulas especiais para a Hidrotubação, e foto de uma cânula acoplada ao colo do útero, SEM PENETRAR.

Infertilidade por trompas obstruídas: como tratar ???

A infertilidade de causa tubária é responsável pela maioria dos casos de infertilidade, e pode ser a raiz de muitos casos com diagnóstico indefinido. A obstrução das trompas é responsável pela maioria desses casos. Muitas pacientes com diagnóstico de Ovários Policísticos, e que iniciam o seu tratamento com clomid ou similar, podem estar perdendo o seu precioso tempo e seus preciosos óvulos, se não investigarem se suas trompas se encontram livres. Na verdade, o tripé da investigação de infertilidade deve se iniciar sempre com a pesquisa da ovulação, dos espermatozoides, e exame para investigar a permeabilidade tubária. Um médico não consegue avaliar as condições das trompas somente através de uma ultrassonografia transvaginal, ou exame interno. O diagnóstico de obstrução das trompas é feito através do exame radiográfico chamado de HISTEROSSALPINGOGRAFIA.

 As trompas são estruturas tubulares que partem do útero em direção aos ovários, e se alargam em suas extremidades formando uma região chamada ampola, e é lá que o espermatozoide fertiliza o óvulo, formando o ovo, futuro embrião.

 Na extremidade de cada ampola, existem estruturas que mais parecem com uma “mãozinha”, e que são responsáveis por pegar o óvulo no momento certo da ovulação, chamadas fímbrias.

 A trompa não funciona somente como um tubo onde o ovo deslizará do ovário até o útero. O interior da trompa é todo recoberto por uma camada de cílios microscópicos que batem em direção ao útero, ditando o ritmo em que o ovo deve caminhar até o útero.

Cílios agindo dentro da trompa

Se o ovo for depressa demais, pode gerar um aborto, e se for devagar demais, uma gravidez na trompa. Geralmente os quadros inflamatórios nas trompas destroem esses cílios. Por isto que no passado não adiantaram as tentativas de desentupir as trompas com ar sob pressão, e também não houve sucesso quando tentada a desobstrução com soro fisiológico e antibiótico sob pressão. O que acontece é que o tratamento tem que ser com remédios específicos,  uma ação QUIMICA, e não através de força, uma ação MECÅNICA.

A Hidrotubação é um método de tratamento ginecológico para os casos de OBSTRUÇÃO TUBÁRIA (DAS TROMPAS). A Hidrotubação veio substituir um método antigo, doloroso e arriscado, chamado PERSUFLAÇÃO TUBÁRIA, que consistia na insuflação das trompas com gás carbônico, injetando pressão através do útero, o que causava acidentes graves com ruptura das trompas e hemorragia interna!

Com a descoberta das PENICILINAS nos anos 40, houve uma “chuva” de indicações para o uso do novo remédio milagroso, que salvou muitas vidas, mas injetado no útero pouco acrescentou no tratamento das obstruções tubárias.

Hoje com medicamentos mais modernos e potentes observamos o espaço importante que a HIDROTUBAÇÅO ocupa no tratamento da infertilidade de causa tubária.

O método caiu em desuso nos anos 90, com a chegada da Fertilização “in vitro” (FIV), prometendo milagres que hoje sabemos serem inferiores a 20% de gestações viáveis. Neste período os planos de saúde pagavam valores irrisórios ao método de HIDROTUBAÇÃO, tornando impraticável seu uso em consultório, prejudicado também pelo ínfimo número de Faculdades de Medicinas que ensinavam o método. Hoje, 20 anos depois, tratamento somente particular, e ensino do método nas faculdades de medicina, nem pensar.

O método da HIDROTUBAÇÃO, consiste na aplicação por via vaginal, semelhante ao exame de histerossalpingografia, de medicamentos que irão atuar no útero e nas trompas. Não conseguimos sucesso em todas as pacientes com este método, pois a cura vai depender do tipo de obstrução existente nas trompas. Existem três tipos de obstrução e são divididas assim:

Aderência fugaz – aderência (obstrução) que impede a gravidez, mas a inflamação não lesou o epitélio interno das trompas, ou seja, os cílios não foram destruídos, e a obstrução se desfaz com a pressão do contraste utilizado no exame de histerossalpingografia. Isto explica os casos de gestações que acontecem nos meses logo após os exames de histerossalpingografias ditos “normais”. Mais um motivo para que se peça a HISTEROSSALPINGOGRAFIA na investigação dos casos de infertilidade.

 Aderência frouxa – aderência que não se desfaz com a ação mecânica da pressão exercida no exame de histerossalpingografia, mas pode ser revertida com o uso da enzima e da cortisona contida na hidrotubação. Nestes casos, o tecido inflamatório é frouxo permitindo a ação da enzima e da cortisona. Já existe dano do epitélio no interior das trompas com comprometimento dos cílios, que podem se regenerar, pois a cortisona regride o processo inflamatório retardando a reparação, reduz a produção de anticorpos no local, permitindo a ação das  células de regeneração da membrana basal, dando chance a regeneração dos cílios.

Aderência firme ou densa – aderência como sequela de processo inflamatório que gerou tecido de reparação denso, rico em fibrina e tecido conjuntivo denso, não sendo suscetível a ação da enzima ou da cortisona.

Exemplo de aderência frouxa

Lembrando que o diagnóstico do tipo de aderência exige a retirada do órgão (da trompa) para exame histopatológico. Mas se retirar a trompa, impossibilita a tentativa de tratamento. Dessa maneira, o tratamento com a HIDROTUBAÇÃO deve ser sempre instituído, ficando os casos de insucessos caracterizados como aderências firmes ou densas.   Nesses casos indicamos a FERTILIZAÇÃO IN VITRO como única saída.

Não existem relatos de alergias aos medicamentos usados na hidrotubação. A contra-indicação principal para a hidrotubação é o sangramento vaginal, mesmo que pequeno ou em “borra de café”, nos dois dias que antecedem a aplicação. É importante que as aplicações sejam feitas em sequência e semanais, de preferência entre dois períodos menstruais. È contra-indicado um intervalo inferior a sete dias pois as drogas utilizadas são potentes e de ação lenta, e não podem se acumular no organismo.

Não existe risco de uma nova infecção das trompas com o uso do método, visto que utilizamos também um antibiótico potente contra germes da pelve junto com a medicação, além dos cuidados de assepsia e antissepsia exigidos nestes tipos de procedimentos. A Hidrotubação é um método simples, efetivo, seguro, não invasivo, e barato, principalmente quando comparada com a Fertilização “in vitro”(FIV). Não é 100%, mas tem proporcionado a realização de um sonho para muitos casais. Esse procedimento deve ser recomendado a todas as pacientes com diagnóstico de Trompas Obstruídas e infertilidade.

“Hydrotubation is simple, effective, safe, non invasive, and cheap. This procedure should be recomended in all patients  with diagnosis of blocked fallopian tubes and infertility .“  – Dr. André Vaz  

Verdades sobre a Hidrotubação

AQUI REUNO AS PERGUNTAS MAIS FREQUENTES E POLEMICAS - (artigo revisado em fevereiro/2019)

 – CLARO QUE SIM, MAS AS CHANCES SÅO PEQUENAS E PODE SER PERIGOSO. O risco de gravidez tubária é grande, pois a trompa pode estar doente.

A OUTRA TROMPA PODE ESTAR “ABERTA” PARA A PASSAGEM DO ESPERMATOZÓIDE, MAS NÅO EXISTEM MAIS OS CÍLIOS RESPONSÁVEIS PELO TRANSPORTE DO ÓVULO DENTRO DESTA TROMPA. ASSIM SENDO, NÅO OCORRE GRAVIDEZ.

 – SIM, MAS EM RAROS CASOS, a desobstrução acontece pela pressão do líquido injetado, chamada desobstrução mecânica, SÓ RESOVE SE AINDA EXISTIREM OS CÍLIOS DENTRO DA TROMPA, NÅO ADIANTANDO APENAS DESENTUPIR A  TROMPA, e não tratar os cílios.

 – A AÇÅO DA HIDROTUBAÇÅO SE FAZ PELO EFEITO QUÍMICO DAS SUBTANCIAS INJETADAS NO INTERIOR DO UTERO E DAS TROMPAS.

Essa química é composta de antibiótico, enzima, e cortisona.

– TODA MUCOSA PODE SE REGENERAR, INCLUINDO A DO INTERIOR DA TROMPA, desde que não tenha sido destruída a MEMBRANA BASAL, local onde se encontram as células responsáveis pela regeneração.

– A HIDROTUBAÇÅO FOI POUCO DIFUNDIDA NO BRASIL, ficando para os alunos do professor ALTAMIRO DE SOUZA VIANNA ( da UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE) a missão de perpetuar o método.

MUITOS COLEGAS ESTÅO DESINFORMADOS NO BRASIL.

Muitos ginecologistas nunca viram ou sequer tocaram numa cânula de hidrotubação durante a faculdade.


NO EXTERIOR AINDA SE UTILIZA COM SUCESSO.

Existem trabalhos científicos recentes, um de 2009, sério e com uma grande amostragem de pacientes tratadas, com resultados de 62% de desobstrução tubária, com bons índices de gravidez pós- tratamento, veja a seguir:

 http://drandrevaz.blogspot.com.br/2013/09/artigo-sobre-hidrotubacao-para-orientar.html?showComment=1381276522357.

 

EXPERIMENTE colocar no GOOGLE a palavra “Hidrotubação”, e depois colocar a palavra “Hydrotubation”, para ver a diferença.

 – NA MAIORIA DOS  CASOS a obstrução é de causa INFLAMATÓRIA/INFECCIOSA, e o melhor local de pesquisar o germe causador ESTA NO ESPERMA DO MARIDO (espermocultura pelo método de PCR).

 – ESTE METODO EXCELENTE acusa sem erro qual os germes causadores, pois pesquisa O DNA DO GERME no material examinado, e indica qual o remédio ideal para matá-los.

 – Tenho recebido em meu consultório dezenas de pacientes que realizaram a FERTILIZAÇÅO IN VITRO SEM SUCESSO, e todas tinham seus maridos infectados por germes CHAMADOS UREAPLASMAS E/OU MYCOPLASMAS, raramente as Chlamídias.

Estas pacientes tiveram seus óvulos fecundados por espermatozóides CONTAMINADOS POR ESTES GERMES, gerando um ovo doente.

ATENÇÅO: todos apresentaram ESPERMOCULTURAS antiquadas e negativas REALIZADAS NAS CLÍNICAS DE FERTILIZAÇÅO.

NENHUM PACIENTE TINHA REALIZADO EXAME POR PCR !!!

 – NÅO TENHO RESPOSTA, tenho uma pergunta:

um método sofisticado como a Fertilização in vitro ( FIV), de alta tecnologia, CARÍSSIMO, deveriam se preocupar em utilizar espermocultura mais moderna! 

POR QUE USAM ESPERMOCULTURA DE TERCEIRA ???

– CLARO QUE SIM. Não só pelo efeito do sangue agindo como uma cola, fechando a outra trompa, mas pela infecção que pode ter gerado o aborto.

                                          ISSO MESMO!!!

A GRAVIDEZ TUBÁRIA pode sim ser de CAUSA INFECCIOSA, e adivinhem quem são os vilões? 

UREAPLASMAS, MYCOPLASMAS, E OUTROS A SEREM DESCOBERTOS

 – SIM, esta é a rotina em nossa clínica diária, e temos salvado muitas trompas !

DESCOBRINDO CEDO, OS RESULTADOS SÅO ÓTIMOS.

 

 – Raríssimos casos relatados, mas existe medicação alternativa neste caso.

– Maldade ou desinformação.

A Hidrotubação toma os mesmos cuidados utilizados na implantação do embrião no útero, praticada na Fertilização in vitro.

TODOS OS CUIDADOS DE ASSEPSIA E ANTI-SSEPSIA SÅO TOMADOS. Sem esquecer que na hidrotubação já existe um antibiótico em sua composição, que evita a infecção.

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